quinta-feira, 31 de março de 2011

OI KOMI GYAKU TZUKI SEGUIDO DE GYAKU TZUKI.

Dê preferência a essa sequencia, pois ela pode ser dada ne distância de chute, e é a sequencia de mão mais rápida que existe.

terça-feira, 15 de março de 2011

UM POUCO DE TEORIA:

Jobun [序文] (Introdução)
Quando tratamos da questão ensino/aprendizagem dentro das artes marciais japonesas não podemos deixar de mencionar a palavra Manabu [学ぶ] que, entre outras coisas, quer dizer “estudar seriamente”.

Contudo, quando falamos em “estudar” dentro do contexto cultural japonês precisamos entender que esta é uma das “vias” japonesas de aperfeiçoamento... isso porque Manabu [学ぶ] tem o sentido de “copiar e aperfeiçoar”, de adaptar as coisas para que elas funcionem melhor, de um estudo realizado a fundo... algo bem diferente do nosso velho e bem conhecido “decorar”, ou ainda do famoso “copiar e colar” tão comum em nossos dias.

Sendo assim, o Karateka [空手家] de coração deve ter sempre presente o conceito Manabu [学ぶ] em sua mente, pois ele pode fazer uma enorme diferença em seu conhecimento.

Por isso, a partir de hoje abordaremos algumas informações que acreditamos ser importantes para os Shoshinsha [初心者] , Kōhai [後輩] ou Mukyū [無級] (termos utilizados para referir-se aos principiantes na “Via” do Karatedō [空手道]).

Quando iniciamos nosso treinamento de Karatedō [空手道] encontramos um mundo novo... uma “mini” sociedade, na qual existe regras pré-estabelecidas para que exista ordem, organização e boa convivência.

Dentro deste “mundo” novo, cheio de regras, de etiquetas e de cerimoniais, o principiante encontra algumas barreiras que deve ultrapassar, entre elas: a cultura, as formalidades e o idioma. O Karatedō [空手道], como conhecemos hoje, foi “padronizado” no Japão e por isso possui algumas características da cultura deste povo. Sendo assim, utilizamos formalidades, termos e vozes de comandos japoneses durante as aulas.
Para que estas barreiras sejam vencidas, sem pressa, fica aqui uma dica aos iniciantes (e aos não tão iniciantes assim)... estudem o Karatedō [空手道]. E quando falamos em estudo... não falamos somente na prática das técnicas... falamos “literalmente” em estudo teórico que deve sempre acompanhar o desenvolvimento técnico ou prático. Por quê? Porque, infelizmente, as questões teóricas relativas a nossa arte marcial é, de uma forma geral, estudada de uma forma muito superficial, ou pior, às vezes nem mesmo é estudada.

Precisamos (principalmente aqueles que estão ensinando) retomar a antiga prática conhecida pelos japoneses como Bunbu-ichi [文武一] (mais tarde falaremos especificamente sobre este conceito) para tentar diminuir a deficiência teórica... esta imensa lacuna... que aqueles que vieram antes de nós deixaram como herança.

Uma das barreiras que atrapalham a transmissão de conceitos corretos é o fato de que muitas pessoas preferem explicar um erro (muitas vezes com outro erro) a ter de mudar para uma forma diferente daquela que estamos acostumados. Sendo assim, “abra sua mente”... estude, pesquise, questione e treine arduamente (o espírito, a técnica e o corpo)... não aceite explicações “transcendentais”... sem sentido. Se não sabe algo não tenha vergonha de perguntar, se não achou a resposta que queria não deixe de procurar. Lembre-se: “Sempre há alguém que sabe mais que nós”... não importa o nível de conhecimento em que estamos (ou pensamos estar).

Para concluir, as pessoas primitivas tinham inclinação à adoração daquilo ou daqueles que desconheciam, porém na sociedade atual temos fontes de pesquisa e desenvolvimento intelectual suficiente para eliminar qualquer mistério relativo às artes marciais.
Termos japoneses utilizados na mensagem "Jobun [序文]":

Manabu [学ぶ] – Estudar seriamente, aprender, tomar lições.

Karateka [空手家] – Especialista em Karate.

Shoshinsha [初心者] – Principiante, iniciante.

Kōhai [後輩] – Júnior, mais novo, mais recente, etc. (Na escola, no trabalho, no grupo de atividades, etc.).

Mukyū [無級] – Sem grau, sem classe.

Bunbu-ichi [文武一] – Literatura e militarismo são como uma única coisa.
Lição 1: Hebon-shiki rōmaji [ヘボン式ローマ字]
Hebon-shiki rōmaji [ヘボン式ローマ字] (Sistema Hepburn de Romanização)

O sistema Hebon-shiki rōmaji [ヘボン式ローマ字] é, sem dúvidas, o mais utilizado pelos ocidentais nos processos de transcrições da Língua Japonesa para o nosso alfabeto.

O sistema Hebon-shiki rōmaji [ヘボン式ローマ字] foi desenvolvido pelo Reverendo James Curtis Hepburn (1815-1911) para transcrever os sons da Língua Japonesa para o Alfabeto Romano em seu dicionário Japonês–Inglês, publicado em 1867. Este sistema foi, posteriormente, revisado e chamado de Shūsei Hebon-shiki rōmaji [修正ヘボン式ローマ字] , versão que algumas vezes é chamada de Hyōjun-shiki rōmaji [標準式ローマ字] .

A versão atual do sistema Hebon-shiki rōmaji [ヘボン式ローマ字] apresenta as seguintes características:

• Utiliza o acento "mácron" nas transcrições fonéticas dos Kanji [漢字] e dos Kana [仮名] para o Alfabeto Romano. Exemplo: Tōkyō [東京] .

• A única exceção, com relação ao "mácron", é o alongamento do "i" que é grafado com duplo "ii". Exemplo: Kiiro [黄色] .

• Quando houver consoantes dobradas, pronuncia-se como se houvesse uma pequena pausa, como um hífen no meio da palavra. Exemplo: Bassai [抜塞] (lê-se "bá-sai").

• A regra acima não é válida no caso de "CH" que é lido como "tch" e de "SH" que é lido como "X". Exemplos: Chintei [珍手] (lê-se “tchintê”) e Shitōryū [糸東流] (lê-se “xitô-riú”).

• O ditongo "ei" é pronunciado "ê". Exemplo: Sensei [先生] que é pronunciada: “sensê”.

• O símbolo de nasalação "un" ("m" ou "n" na Língua Portuguesa) é sempre grafado "n". Exemplo: Ippon [一本] .

• Uma apóstrofe após um símbolo de nasalação ("n") seguido de vogal ou "y" separa as sílabas. Exemplo: Ken’ei Mabuni [賢榮摩文仁] (lê-se “quen-êi mabuni”).
Os sons dentro do sistema Hepburn de romanização são extremamente simples em regra geral... vejamos:

• A, I, U, E, O => pronuncia-se: á, i, u, ê, ô;

• KA, KI, KU, KE, KO => pronuncia-se: cá, qui, cu, quê, cô;

• SA, SHI, SU, SE, SO => pronuncia-se: sá, xi, su, sê, sô (“S” tem sempre som de “S”, não muda no meio de vogais como em português);

• TA, CHI, TSU, TE, TO => pronuncia-se: tá, tchi, tsu, tê, tô;

• NA, NI, NU, NE, NO => pronuncia-se: ná, ni, nu, nê, nô;

• HA, HI, FU, HE, HO => pronuncia-se: rrá, rri, fu, rrê, rrô, (“H” aspirado ou som de “RR”);

• MA, MI, MU, ME, MO => pronuncia-se: má, mi, mu, mê, mô;

• YA, YU, YO => pronuncia-se: iá, iu, iô;

• RA, RI, RU, RE, RO => pronuncia-se: rá, ri, ru, rê, rô (“R” brando, como em KaRAte);

• WA, W(O) => pronuncia-se: uá, ô;

• N (UN) => som nasal (equivale ao nosso “N” ou “M”).

• GA, GI, GU. GE, GO => pronunciam-se: gá, gui, gu, guê, gô (“GA” inicial é nasal);

• ZA, JI, ZU, ZE, ZO => pronunciam-se: dzá, dji, dzu, dzê, dzô;

• DA, JI, DU, DE, DO => pronunciam-se: dá, dji, dzu, dê, dô;

• BA, BI, BU, BE, BO => pronunciam-se: bá, bi, bu, bê, bô;

• PA, PI, PU, PE, PO => pronunciam-se: pá, pi, pu, pê, pô;

• GYA, GYU, GYO => pronunciam-se: guiá, guiu, guiô;

• JA, JU, JO => pronunciam-se: djá, dju, djô;

• (JA), (JU), (JO) => pronunciam-se: (djá), (dju), (djô);

• BYA, BYU, BYO => pronunciam-se: biá, biu, biô;

• PYA, PYU, PYO => pronunciam-se: piá, piu, piô.

• KYA, KYU, KYO => pronunciam-se: quiá, quiu, quiô;

• SHA, SHU, SHO => pronunciam-se: xá, xu, xô;

• CHA, CHU, CHO => pronunciam-se: tchá, tchu, tchô;

• NYA, NYU, NYO => pronunciam-se: niá, niu, niô;

• HYA, HYU, HYO => pronunciam-se: rriá, rriu, rriô (“H” aspirado ou som de “RR”);

• MYA, MYU, MYO => pronunciam-se: miá, miu, miô;

• RYA, RYU, RYO => pronunciam-se: riá, riu, riô (“R” brando, como em KaRAte).

Termos japoneses utilizados na mensagem "Hebon-shiki rōmaji [ヘボン式ローマ字]":

- Shūsei Hebon-shiki rōmaji [修正ヘボン式ローマ字] – Sistema Hepburn de romanização modificado.

- Hyōjun-shiki rōmaji [標準式ローマ字] – Sistema de romanização padrão.

- Um mácron ou um macro (do grego μακρός, makros, "grande") é um sinal diacrítico ( ¯ ) colocado sobre uma vogal originalmente para indicar que esta vogal é longa. Exemplo: ā (= aa), ē (= ee), ō (= oo), ū (= uu).

- Kana [仮名] é o termo geral para as escritas silábicas japonesas Hiragana [平仮名] (escrita silábica cursiva) e Katakana [片仮名] (escrita silábica fragmentada). Assim como o antigo sistema conhecido como Man'yōgana [万葉仮名] (ideogramas antigos utilizados com valor fonético), os Kana [仮名] foram desenvolvidos dos caracteres de origem chinesa conhecidos no Japão como Kanji [漢字], que se pronuncia Hànzì [漢字] em chinês (quando utilizamos o sistema de romanização Hànyǔ Pīnyīn [漢語 拼音]), como uma alternativa de escrita (básica ou simplificada) e em adição a este último.

- Tōkyō [東京] – Tóquio, atual capital do Japão.

- Kiiro [黄色] – Cor amarela, amarelo.

- Bassai [抜塞] – Remover o obstáculo, Kata [型] de Karatedō [空手道].

- Chintei [珍手] – Mãos raras, mãos curiosas, mãos estranhas. Kata [型] de Karatedō [空手道].

- Shitōryū [糸東流] – Estilo de Itosu e Higaonna.

- Sensei [先生] – Professor, Doutor, Mestre.

- De acordo com o sistema de romanização Hepburn, este caractere é expresso com um "n" com til ("ñ"). Contudo, uma vez que este til (~) não faz diferença na pronúncia é mais prático omiti-lo.

- Ippon [一本] – Um ponto.

- Ken’ei Mabuni [賢榮摩文仁] – Atual líder da escola Shitō-ryū [糸東流].
Lição 2: Bunbu-ichi [文武一]
Bunbu-ichi [文武一] (Literatura e militarismo são como uma única coisa)

Antes de abordar o conceito Bunbu-ichi [文武一] propriamente dito, iremos mostrar alguns trechos do texto escrito pelos Hanshi [範師] Ōgata Taketora [緖方竹虎] e Hamada Teshin que foi gentilmente traduzido pelo Sr. Joséverson Goulart e que trata da filosofia da Dai Nippon Butoku-kai [大日本武徳会] (filosofia esta que serve como base para o referido conceito) para que se entenda a importância que o tema representa:

“É dito há muito tempo que a pena e a espada são como as duas rodas de uma carroça e as duas asas de um pássaro. Conseqüentemente, elas pertencem a um único conceito de virtude universal e são naturalmente inseparáveis.

(...) A "pena" são os meios através dos quais as pessoas governam-se a si mesmas de forma pacífica e através dos quais as pessoas cultivam e nutrem as cinco principais virtudes: benevolência, dever, lealdade, piedade filial e amor. A "espada", por outro lado, são os meios através dos quais as pessoas defendem e restauram tais virtudes quando julgarem que isso é inevitável.

(...) "A pena e a espada" são fundamentalmente os mesmos ideais filosóficos que estão em dependência direta um do outro.

Esperamos que as pessoas que seguem o Budō [武道] desenvolvam e cultivem os seus próprios caracteres e contribuam de forma decisiva para a educação moral das suas nações” (ŌGATA; HAMADA)."

Na realidade, quando o texto fala da “pena” e da “espada”... está falando sobre o conceito Bunbu-ichi [文武一].

Literalmente, Bunbu-ichi [文武一] significa “Literatura (pena) e Militarismo (espada) são como uma única coisa”.

Para as “escolas da guerra”, esta expressão era dividida da seguinte maneira:

• Bun [文] – Literatura;
• Bu [武] – Militarismo;
• Ichi [一] – O número um, uma única coisa.

E o conceito por trás desta expressão era:
“Que a teoria do combate (da arte), deveria ser tão importante quanto à prática do combate (da arte).” Ou seja, “estudar a arte” é tão importante quanto “praticar a arte”... Infelizmente, não é o que vemos hoje em dia…” (GOULART, 2006)

Antigamente, nas escolas de artes marciais japonesas, era costume ter quadros pendurados nas paredes do local de treinamento com o conceito Bunbu-ichi [文武一] inscritos, lembrando da importância desta união.

Atualmente, como as coisas estão? Muito se pratica... pouco se estuda (ou mesmo não se estuda)... e o que vemos?... distorções, descuidos, comércio, etc...

Os Hanshi [範師] Ōgata Taketora [緖方竹虎] e Hamada Teshin, em seu texto, ainda nos alertam:

“É inegável que vemos na história humana o abandono da "pena" e a má utilização e exploração da "espada". Manter "a pena e a espada" como uma virtude inseparável para a criação de uma grande sociedade pacífica é indispensável e vital para as gerações futuras” (ŌGATA; HAMADA).

Termos japoneses utilizados na mensagem "Bunbu-ichi [文武一]":

- Hanshi [範師] – Os ideogramas literalmente significam: "exemplo/modelo + mestre/perito/professor" - somando-se estas idéias, fica-se com a noção de algo como "mestre".

- Dai Nippon Butoku-kai [大日本武徳会] – Associação das virtudes marciais do grande Japão.

- Budō [武道] – Via ou caminho marcial, militar.
Lição 3: Dōjō [道場]
Dōjō [道場] (Salão usado para o treinamento das artes marciais japonesas)

Normalmente quando iniciamos nosso treinamento de Karatedō [空手道] o Professor nos passa a informação de que o local onde treinamos se chama Dōjō [道場]... de fato uma realidade. Contudo, poucos Professores explicam o real significado deste termo.

Traduzindo literalmente os ideogramas que formam a palavra Dōjō [道場] temos:

• Dō [道] - caminho, estrada, via;
• Jō [場] - localização, lugar.

Sendo assim, a melhor tradução possível para a palavra Dōjō [道場] é “o lugar (Jō [場]) onde se pratica o Caminho (Dō [道])”... em nosso caso específico o Karatedō [空手道].

Nas Artes Marciais a expressão Dō [道] tem um sentido “espiritual”. Contudo, cuidado! A referida “espiritualidade” nada tem a ver com religião...

O Dōjō [道場] está dividido em:

• Kamiza [上座] - "Assento superior";
• Shimoza [下座] - "Assento inferior";
• Jōseki [上席] - "Lugar superior";
• Shimozeki [下席] - "Lugar inferior".

Kamiza [上座] é o lugar onde se sentam o Professor e seus convidados.

Shimoza [下座] é o lugar onde os alunos sentam-se. O aluno mais graduado senta-se mais à esquerda do Professor. O aluno menos graduado senta-se mais à direita do Professor.

Quando existir(em) "Professor(es) auxiliar(es)", estes sentam-se no Jōseki [上席]. Ou, se alguém for chamado para demonstrar alguma técnica com o Professor, quando nada estiver sendo feito, este aluno senta-se no Jōseki [上席].

Quando não houver espaço no Shimoza [下座], os alunos menos graduados sentam-se no Shimozeki [下席].

Devemos ter sempre em mente que na Língua Japonesa existem muitas palavras que possuem a mesma pronúncia. Por que estamos dizendo isso? Porque mesmo que a palavra Kamiza [神座] também possa ser traduzida como “Local dos Deuses”, não é este o fato nas artes marciais... (confusão muito comum em nossos dias).

Para entender o que foi dito acima, basta verificar os Kanji [漢字] que compõem as expressões:

• Kamiza [上座] – "Assento superior"; e
• Kamiza [神座] – “Local dos deuses”.
Resumindo... pronúncia igual, mas ideogramas e significados diferentes... um relacionado a prática do Karatedō [空手道] e o outro não.

Talvez não seja do conhecimento geral que a expressão Kamiza [上座], dentro do contexto marcial, se deve ao fato de que antigamente, nos Dōjō [道場], a parte da sala onde o mestre sentava ficava um pouco mais elevada (estruturalmente falando) do que a sala em si, daí o termo “Assento superior” (Kamiza [上座]).

Não obstante, em nossos dias é “normal” vermos Instrutores/Professores/Mestres confundindo muitos conceitos (por desconhecimento, acomodação ou falta de estudo) e passando a seus alunos informações equivocadas no que se relaciona não somente a expressão Dōjō [道場] e suas partes, mas também a muitos outros termos japoneses utilizados no Karatedō [空手道].

Lição 4: Shin, Gi, Tai [心、技、体]
Shin, Gi, Tai [心、技、体] (Espírito, técnica e condicionamento físico)

Além das inscrições Bunbu-ichi [文武一], também era muito comum nos Dōjō [道場] antigos de artes marciais japonesas encontrarmos outro quadro pendurado na parede onde se podiam ler três caracteres: Shin [心], Gi [技] e Tai [体].

Estes três caracteres representavam as características mais importantes que todos os Budōka [武道家] deveriam esforçar-se em aperfeiçoar:

• Shin [心] (Kokoro) - Espírito, alma.
• Gi [技] (Waza) - Técnica(s).
• Tai [体] (Karada) - Condicionamento físico, manutenção física.

A proporção de atenção dada a cada campo era:

• Shin [心] => 60%;
• Gi [技] => 30%;
• Tai [体] => 10%.

Naturalmente, dependendo do mestre ou do Dōjō [道場] o percentual entre estas características poderia variar, mas o espírito era sempre o ponto mais importante a ser desenvolvido, seguido pelo o aspecto técnico e físico, respectivamente.

Lição 5: Sensei [先生]
Sensei [先生] (O professor)

Quando entramos em qualquer Dōjō [道場] nos deparamos com uma pessoa que irá nos guiar dentro do aprendizado do Karatedō [空手道].

Geralmente, quando conhece a tradição da arte que leciona, o professor se apresenta pelo nome próprio... Contudo, logo algum aluno mais experiente nos advertirá: “deve dirigir-se ao professor usando a palavra Sensei [先生]”.

Sendo assim, no Karatedō [空手道] o termo Sensei [先生] é utilizado para referir-se ao professor ou mestre, porém nenhuma destas é a tradução correta desta palavra. Ou seja, a expressão Sensei [先生] de forma muito genérica, significa “professor”, “mestre”...

Na realidade, a palavra é escrita com dois ideogramas (Kanji [漢字]):

• Sen [先] - “Antes de”, “primeiro que”, “anterior”;
• Sei [生] - “Nascer”, “viver”.

Como podemos ver a tradução correta deste termo é “aquele que nasceu antes” ou, mais especificamente, quando falamos em Karatedō [空手道], “aquele que começou antes”.

Goulart (2006), acertadamente, afirma:

“O problema do uso deste termo nas artes marciais é que não podemos precisar - com exatidão - “quem realmente começou antes de outro” no conjunto de todas as artes marciais ensinadas. Assim, quando alguém coloca a expressão Sensei [先生] antes do seu nome próprio, está a dizer que começou antes de mim, antes de ti antes de qualquer outro… sem que isso seja necessariamente a realidade. Parece, com o perdão da expressão, uma falta de humildade incompatível com as artes marciais orientais. Por outro lado, dentro de um ambiente controlado como um Dōjō [道場] em particular podemos, com certeza, definir “quem começou antes” quer por graduação quer por conhecimento pessoal e assim, determinar quem é o Sensei [先生]” (GOULART, 2006).

No Japão o termo Sensei [先生] não é exclusivo das artes marciais é também utilizado para designar doutores, professores, advogados etc...
Assim sendo, o termo Sensei [先生], de fato, é digno de respeito, porém não apresenta aquela “mística” imposta por pessoas que não sabem realmente a que este termo se refere.

Lição 6: Karategi [空手衣]
Karategi [空手衣] (Roupa de/para Karate)

Mesmo os não praticantes de Karatedō [空手道] já ouviram falar em Kimono [着物] e, de fato, é bem comum vermos as pessoas (inclusive alguns instrutores) referir-se ao uniforme das mais diversas artes marciais por tal termo.

Contudo, não se usa Kimono [着物] nem em Karatedō [空手道]... nem em nenhuma arte marcial... seja ela de origem japonesa ou não...

A palavra Kimono [着物] significa literalmente "coisa de/para vestir", sendo:

• Ki [着] - Vestir, usar (roupa);
• Mono [物] - Coisa, objeto.

O Kimono [着物], portanto, é a roupa de uso diário no Japão, por isso tal roupa não existe em qualquer arte marcial.

Na realidade para artes marciais específicas existem roupas específicas, ou seja, praticantes de Karate [空手] usam Karategi [空手衣], praticantes de Jūdō [柔道] usam Jūdōgi [柔道衣], etc... Gi [衣] - neste caso significa “roupa”.

De uma forma mais geral e abrangente podemos chamar o uniforme de Keikogi [稽古衣], Dōgi [道衣] ou ainda de Dōgi [動衣].

A expressão Keikogi [稽古衣] quer dizer "Roupa de treino", sendo:

• Keiko [稽古] - Prática, treino;
• Gi [衣] - Roupa.

No caso de Dōgi [道衣 ou 動衣], dependendo do Kanji [漢字] utilizado, pode ser traduzido de duas maneiras diferentes:

• Dōgi [道衣] - Roupa do caminho, da via;
• Dōgi [動衣] - Roupa de movimento, roupa de treino.

Uma última abordagem... o Karategi [空手衣] divide-se, de uma forma geral, em três partes:

• Uwagi [上着] - Parte de cima do Karategi [空手衣], casaco;
• Shitabaki [下履] - Parte de baixo do Karategi [空手衣], calças;
• Obi [帯] – Cinto, faixa.
Lição 7: Tachi-kata [立方]
Tachi-kata [立方] (Posições básicas)

- Fudō-dachi [不動立] – posição imóvel;
- Hangetsu-dachi [半月立] – posição de meia-lua;
- Heikō-dachi [平行立] – posição de pés paralelos;
- Heisoku-dachi [閉足立] – posição de pés juntos;
- Kiba-dachi [騎馬立] – posição do cavaleiro – nome antigo: Naihanchi-dachi [内歩進立];
- Kata-hiza-dachi [片膝立] – posição sobre um único joelho – também Tachi-hiza [立膝];
- Kōkutsu-dachi [後屈立] – posição inclinada para trás;
- Kōsa-dachi [交叉立] – posição cruzada;
- Koshi-dachi [腰立] – posição de quadril (cócoras);
- Kyo-dachi [虚立] – posição instável;
- Moto-dachi [基立] – posição básica;
- Musubi-dachi [結立] – posição de calcanhares unidos;
- Neko-ashi-dachi [猫足立] – posição das patas do gato;
- Re-no-ji-dachi [レの字立] – posição do caractere RE (レ);
- Sagi-ashi-dachi [鷺足立] – posição das patas da cegonha;
- Sanchin-dachi [三戦立] – posição de 3 batalhas;
- Soto-hachi-ji-dachi [外八字立] – posição do caractere 8 (八) para fora – também Shizentai [自然体];
- Shikō-dachi [四方立] – posição de 4 direções;
- “T”-no-ji-dachi [テイの字立] – posição do caractere “T” (テイ);
- Tsuru-ashi-dachi [鶴足立] – posição das patas da garça – também Kata-ashi-dachi [片足立];
- Uchi-hachi-ji-dachi [内八字立] – posição do caractere 8 (八) para dentro;
- Zen-kutsu-dachi [前屈立] – posição inclinada para frente;

Informações complementares:

- Kata-ashi-dachi [片足立] – posição sobre um único pé.
- Naihanchi-dachi [内歩進立] – posição dos passos para dentro;
- Shizentai [自然体] – forma natural;
- Tachi-hiza [立膝] – posição de joelhos;
Lição 7: Tachi-kata [立方]
Tachi-kata [立方] (Posições básicas)

- Fudō-dachi [不動立] – posição imóvel;
- Hangetsu-dachi [半月立] – posição de meia-lua;
- Heikō-dachi [平行立] – posição de pés paralelos;
- Heisoku-dachi [閉足立] – posição de pés juntos;
- Kiba-dachi [騎馬立] – posição do cavaleiro – nome antigo: Naihanchi-dachi [内歩進立];
- Kata-hiza-dachi [片膝立] – posição sobre um único joelho – também Tachi-hiza [立膝];
- Kōkutsu-dachi [後屈立] – posição inclinada para trás;
- Kōsa-dachi [交叉立] – posição cruzada;
- Koshi-dachi [腰立] – posição de quadril (cócoras);
- Kyo-dachi [虚立] – posição instável;
- Moto-dachi [基立] – posição básica;
- Musubi-dachi [結立] – posição de calcanhares unidos;
- Neko-ashi-dachi [猫足立] – posição das patas do gato;
- Re-no-ji-dachi [レの字立] – posição do caractere RE (レ);
- Sagi-ashi-dachi [鷺足立] – posição das patas da cegonha;
- Sanchin-dachi [三戦立] – posição de 3 batalhas;
- Soto-hachi-ji-dachi [外八字立] – posição do caractere 8 (八) para fora – também Shizentai [自然体];
- Shikō-dachi [四方立] – posição de 4 direções;
- “T”-no-ji-dachi [テイの字立] – posição do caractere “T” (テイ);
- Tsuru-ashi-dachi [鶴足立] – posição das patas da garça – também Kata-ashi-dachi [片足立];
- Uchi-hachi-ji-dachi [内八字立] – posição do caractere 8 (八) para dentro;
- Zen-kutsu-dachi [前屈立] – posição inclinada para frente;

Informações complementares:

- Kata-ashi-dachi [片足立] – posição sobre um único pé.
- Naihanchi-dachi [内歩進立] – posição dos passos para dentro;
- Shizentai [自然体] – forma natural;
- Tachi-hiza [立膝] – posição de joelhos;
Lição 8: Suwari-gata [座り方]
Suwari-gata [座り方] (Formas para sentar)

- Agura [胡座] – Sentar-se com as pernas cruzadas;
- Seiza [正坐] – Sentar-se corretamente.

Nota: Algumas vezes - nas formas de sentar - Agura [胡座] é substituído por Anza [安座]... ambos implicam sentar no chão com as pernas cruzadas.
Lição 9: Hōkō [方向]
Hōkō [方向] – Direção, curso, forma;

- Migi [右] – Direita, lado direito, para a direita;
- Hidari [左] – Esquerda, lado esquerdo, para a esquerda;
- Mae [前] – Frente, para frente, frontal;
- Ushiro [後ろ] – Atrás, para trás;
- Yoko [横] – Lado, para o lado;

- Jōdan [上段] – Nível superior;
- Chūdan [中段] – Nível médio;
- Gedan [下段] – Nível inferior.
Lição 10: Tenshin Happō [転身八方]
Tenshin Happō [転身 八方] – Movimentos em 8 direções;

(1) Ichi [一] – Mae [前] – Frente, para frente, frontal;
(2) Ni [二] – Naname Migi Mae [斜め右前] - Diagonal à direita para frente;
(3) San [三] – Migi [右] – Direita, lado direito, para a direita;
(4) Shi [四] – Naname Migi Ushiro [斜め右後ろ] - Diagonal à direita para trás;
(5) Go [五] – Ushiro [後ろ] – Atrás, para trás;
(6) Roku [六] – Naname Hidari Ushiro [斜め左後ろ] - Diagonal à esquerda para trás;
(7) Shichi [七] – Hidari [左] – Esquerda, lado esquerdo, para a esquerda;
(8) Hachi [八] – Naname Hidari Mae [斜め左前] - Diagonal à esquerda para frente.